sábado, 1 de outubro de 2011

Premonição V

(Final Destination V, EUA, 2011) Direção: Steve Quale. Com Nicholas D´Agosto, Emma Bell, Arlen Escarpeta, Miles Fisher, David Koechner.




A morte é uma criatura estúpida. Dizem por aí que errar é humano. Persistir é que é burrice. Certo, a morte não é humana, mas errar cinco vezes a torna mais do que estúpida. Ao escrever isso, eu só penso na morte como aquela velha, com capuz e foice na mão. E pensar nessa coisa patética como sendo a perseguidora dos jovens de Premonição V torna a sessão em 3D ainda mais divertidinha do que ela já é.

A premissa é a mesma dos outros quatro (!) filmes da franquia. Grupo de jovens consegue enganar a dita cuja a partir do momento em que um deles tem uma premonição que, se não for feito algo como picar a mula logo, vai se concretizar nos próximos minutos. Foi assim com o acidente de avião no primeiro, com a auto estrada no segundo, com a montanha russa no terceiro, com a corrida de carros no quarto e, agora, finalmente (e, supostamente, encerrando a franquia) com o colapso de uma ponte no quinto. A elaboração das mortes em cada um deles é palpável.

Talvez seja esse fator que atraia as pessoas ao cinema. O fascínio pela desgraça alheia. E o filme explora isso ao máximo, chegando ao ponto de deixar de ser uma obra de terror para se tornar uma comédia. Pelo menos, as gargalhadas na cena em que uma jovem é empalada no mastro de um veleiro deixam bem claro que o público não é mais suscetível a choques visuais.

Mas vamos à trama: Sam é um jovem americano estudante de gastronomia que tem uma proposta de estágio em restaurante na frança. Sua namorada, Molly, termina o namoro com ele no intuito de não atrapalhar as ambições do rapaz. Além deles dois, fecham o grupo de futuros mortos (ah, vai dizer que você não sabia?): Peter, sua namorada que treina ginástica olímpica, Candice; a revoltadinha e míope, Olivia,; o engraçado e patético Isaac, e, fechando, Dennis (David Koechner, o Packer, de The Office), chefe de todos eles no escritório que administra uma siderúrgica. 

Com a idéia de aproximar os funcionários, Todos saem em um passeio de verão no ônibus da empresa que segue, advinha, para uma ponte em reformas. Aí a bagaceira começa. A seqüência em seguida, como de praxe, causa risos em todos presentes. Seja pela já citada empalação da garota no mastro, ou pelo carro esmagando a jovem na água, ou, pior, pelo asfalto quente derretendo a cara de Packer, digo, Dennis (mas é impossível não pensar em Todd Packer ao vê-lo derreter), o efeito de surpresa mesclado ao de riso é impossível de ser contido.

Sam é o tal vidente. Após perceber o vai acontecer, ele retira todos os amigos do ônibus e a tal ponte desaba. Depois da cena inicial, na qual o filme diz a que veio, tudo que já sabemos acontece (afinal, foram quatro filmes seguindo o mesmo esquema). Velório, policial investigando o tal vidente, agente funerário do primeiro filme se apresentando com sua voz de Darth Vader, conflito entre os sobreviventes para decidir quem deve viver e quem deve morrer, e claro, morte, morte e morte. Poderia fazer um top five com as melhores, mas seria estragar a surpresa de quem não viu o filme ainda. Apenas digo que minha preferida é a da ginasta. Definitivamente. 

Contando com bons efeitos sonoros que valorizam ainda mais o impacto das mortes, a direção de Steven Quale, experiente diretor de segunda unidade que, agora, encara o desafio de liderar um set, demonstra-se segura, apesar das péssimas atuações e do roteiro já manjado.  Porém, a grande surpresa fica pro final, quando percebemos o quanto a morte é, realmente, relapsa no trabalho que ela é paga pra fazer. Mas, implacável ao corrigir os erros cometidos.

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