segunda-feira, 4 de abril de 2016

Invasão a Londres

(London has Fallen, EUA, 2016) Direção: Babak Najai. Com Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman, Angela Bassett. 


Por João Paulo Barreto

Continuação do bem sucedido Invasão a Casa Branca, de 2013, Invasão a Londres repete a mesma fórmula do seu original e, por consequência, os mesmos erros. No entanto, apesar de tal frase fazer parecer que o longa não possui seus méritos, não é o caso. Mesmo já sabendo o que irá encontrar ao iniciar os créditos, há diversos bons momentos reservados para o espectador.

Apesar de parecer sair do ambiente claustrofóbico da Casa Branca para a batalha de campo em Londres, os melhores momentos do filme ainda são aqueles que acontecem dentro dos espaços sufocantes e escuros onde o infalível agente Mike Banning (Butler) consegue demonstrar seu total comprometimento e competência na proteção do presidente americano Benjamin Asher (Eckhart).

Banning e Asher: fuga pelas ruas de Londres
Ainda com uma deficiência constrangedora na criação de seus efeitos visuais para as explosões em espaços abertos, Invasão a Londres traz justamente em tais situações um dos seus pontos falhos. Aqui, temos alguns dos cartões postais londrinos sendo destruídos na ação de terroristas contra os principais chefes de estado do mundo, reunidos na cidade para o funeral do primeiro ministro. Parecendo não finalizadas, as cenas denotam certo descuido por parte da produção, mas que, ao menos, são recompensadas nas sequências de ação sem a necessidade das vergonhosas firulas visuais.

Em fuga pelos subterrâneos do metrô de Londres, em vielas estreitas e em pequenas casas que servem como esconderijo para o MI5, serviço secreto britânico, é justamente quando o filme se sai melhor. O diretor iraniano Babak Najafi conseguiu criar boas cenas de ação, principalmente quando optou por longos planos sequência acompanhando toda a tensão do protagonista nos tiroteios e lutas corporais para resgatar o presidente. 

Filme funciona bem quando a ação deixa de ser megalomaníaca e explosiva
Gerard Butler convence como o agente secreto de habilidades de luta fenomenais, bem como um exímio (e, às vezes, inacreditável) atirador. Novamente no papel de produtor, o ator escocês demonstra real comprometimento nas suas cenas, ajudando a criar mais um personagem que, em uma produção mais apurada e sob a batuta de outro diretor, poderia ganhar ares de um Jason Bourne. 

Repetindo, ainda, os deslocados discursos ufanistas e de valorização falsa de um suposto american way of life, o filme não chega a entregar momentos de vergonha alheia como o que vimos na sua primeira edição (quando a personagem de Melissa Leo jura fidelidade a bandeira antes de quase morrer), mas fica difícil esconder o incômodo ao vermos Banning explicar a um terrorista as razões da supremacia estadunidense em um diálogo travado nos momentos finais de vida do antagonista.

Aguardando para saber se o próximo presidente ameaçado será o Donald Trump.

Um comentário:

  1. gostei da crítica! Honesta em tudo! Não foi como outras que não recomendaram o filme apenas e tão somente por dizer que é ufanista! Tem gente que não sabe diferenciar o lado crítico do lado político! Parabéns!

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