terça-feira, 8 de março de 2016

Little Boy

(EUA, México, 2015) Direção: Alejandro Monteverde. Com Jakob Salvati, Emily Watson, David Henrie, Tom Wilkinson, Michael Rapaport.



Por João Paulo Barreto

Ao final da sessão de Little Boy, comentei com um amigo ao lado que, talvez, tenha tido um aumento considerável da quantidade de açúcar no sangue após aqueles 100 minutos de filme. A piada, apesar de não fazer total justiça ao longa dirigido por Alejandro Monteverde, resume o sentimento que pode atingir o espectador mais atento quando os créditos começarem a subir.

Talvez pela necessidade de apelar tanto para as lágrimas dos presentes na plateia, muito da qualidade daquele conto infantil e da beleza de sua narrativa se perca. Criando uma tocante história que se baseia de forma eficiente na relação entre pai e filho, o roteiro escrito pelo próprio diretor e por Pepe Portillo alcança bons resultados ao brincar com a imaginação das crianças no ponto em que insere as aventuras imaginárias de seu protagonista como ilustrações reais de sua mente inventiva.

Pepper e sua fé de que pode mover montanhas
Na história, o pequeno Pepper, o little boy do título, sofre bullying de todos os lados por conta de sua estatura incomum para uma criança de sua idade. Muito ligado ao pai, tem seu mundo despedaçado quando este é convocado no lugar do seu primogênito para servir na Segunda Guerra Mundial. Em uma atuação convincente, o garotinho Jakob Salvati, com seu olhar curioso e fala inquiridora, domina, de fato, os melhores momentos do filme.

Apesar de permanecer no clichê ao abordar o bullying sofrido por Pepper em sua rotina no pequeno vilarejo a beira mar onde mora, o longa consegue criar boas discussões acerca da xenofobia, ao abordar o tratamento a violência com que é tratado um personagem oriental que vive no lugar, após o ataque a Pearl Harbor acontecer. Do mesmo modo, as discussões relacionadas à fé, amizade e a necessidade infundada de vingança fazem o filme crescer, principalmente nas cenas em que o padre vivido por Tom Wilkinson aparece com seu discurso conciliador e baseado na razão.

Relação entre pai e filho: um dos trunfos do filme
Mas é na construção de uma nostalgia que o filme tende a conseguir seu maior triunfo. Ao utilizar a era de ouro dos quadrinhos como uma das ilustrações daquele período e o modo como essa mídia consegue influenciar o comportamento de Pepper, Little Boy constrói uma excelente atmosfera que tende a envolver o espectador naquela história e, diretamente, o cativa e envolve no drama de vida daquele menino e de sua família, cuja única esperança está no retorno do pai para casa. 

No entanto, há um limite para a quantidade de sacarose que a música incidental e reviravoltas previsíveis podem trazer à tona sem prejudicar o andamento da história. Ao final, fica a impressão de uma manipulação barata pelo emocional.

Em diversos filmes, a nostalgia mesclada ao sentimento infantil tende a acertar em cheio o coração do cinéfilo (vide obras como Conta Comigo e Cinema Paradiso), no entanto, aqui, o limite entre o emocional e o dramalhão foi ultrapassado. Uma pena.

Um comentário:

  1. p*uta invejosos brasileiros.
    É um ótimo filme, passa uma mensagem muito boa de amor, entre um pai e um filho, se tivesse pu*taria ou tiroteio seria um bom filme para vocês.

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