quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Cada um tem a gêmea que merece

(Jack and Jill, EUA, 2011) Direção: Dennis Dugan. Com Adan Sandler, Al Pacino, Katie Holmes.


Alguns filmes não merecem nem uma linha de reflexão a seu respeito. Falar de Cada um tem a gêmea que merece, novo “trabalho” de Adam Sandler, é chutar cachorro morto na sarjeta. Fato. No entanto, a participação de Al Pacino no longa me força a escrever alguma coisa sobre este filme. O roteiro é bem simples. Jack é um produtor de comerciais casado e que possui uma irmã gêmea desagradável que tenta evitar ao máximo. Quando descobre que, a convite de sua esposa, a gêmea Jill (também interpretada por ele) passará o feriado de Ação de Graças em sua casa, o homem tenta a todo custo expulsar a mulher de seu lar.

Com esse fiapo de história, que tem, claro, na figura de Sandler seu roteirista, veremos uma sucessão de piadas clichê envolvendo a suposta falta de adequação do “Sandler mulher” (não consigo chamá-la pelo nome da personagem) na vida romântica. Também, pudera, o modo grotesco como o roteiro a pinta, inserindo cenas envolvendo sudorese excessiva, roupas com manchas de suor nas axilas e (claro que não poderia faltar) o movimento intestinal e flatulento da personagem, exigiria de qualquer homem um árduo esforço para enxergar a tal “beleza interior” da mulher.

E é daí que surge a ideia nefasta de colocar na figura de Pacino a presença desse homem. Talvez enxergando como uma oportunidade de fazer piada de sua lenda ao inserir frases marcantes de personagens como Tony Montana ou Michael Corleone, Pacino topou interpretar a si mesmo como possível par romântico do Sandler mulher. Alguns momentos, como quando ele está no palco interpretando uma peça de Shakespeare e insere uma frase marcante de O Poderoso Chefão até geram certos risinhos, mas a repetição insistente dessas piadas de referência acaba cansando.

No final, ao vermos o próprio Pacino pedir para queimar todas as cópias e não deixar ninguém ver o que ele acabara de fazer soa como um pedido de desculpa proposital, uma forma de fazer piada da própria infelicidade. Creio que a infelicidade pertence a quem estava do lado de cá da tela.

Ps. Para quem já viu o filme, saliento que preferi não citar a participação de Johnny Depp que, de forma até inteligente, optou por restringir a alguns segundos sua presença em cena.

Inteligente? O linha entre o bom humor e a estupidez é bem tênue.

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